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Lincoln Péricles e Vinicius Silva

Trafegando entre duas periferias paulistanas, Artur Alvim na zona leste e o Capão Redondo na zona sul, o(s) cinema(s) de Vini Silva e Lincoln Péricles instigam, fervilhantes, um visionamento ímpar. Existe um cinema de quebrada? Ou cinemas de quebradas? O que caracteriza esses cinemas no interior dos filmes e nos modos de produção?

Se os modos mínimos de produção interessam primordialmente a nós do Festival Online de Filmes de Inquietação, esses modos ganham em ênfase política quando quem realiza não pertence aos territórios do consumismo cultural urbano, quando as expressões individuais entram em relação com a ação em coletivos, quando os lugares onde se vive são a matéria concreta e emocional de quem cria.

Os Convidados

Vinícius, cineasta da Zona Leste da capital paulista, recebeu mais de 50 prêmios com seus curtas-metragens com participações em festivais como Janela Internacional de Cinema de Recife, Festival Internacional de Documentários de Buenos Aires e Festival Internacional de Cinema de Rotterdam. Entre seus filmes estão os curtas Deus (2017), Liberdade (2018) e Quantos eram pra tá? (2018).

Lincoln Péricles, nasceu e mora no bairro do Capão Redondo, periferia de São Paulo. É diretor, roteirista, montador e educador, somando mais de doze anos trabalhando com filmes produzidos em sua quebrada, que circularam entre cineclubes e coletivos periféricos, banquinhas de camelô, becos e vielas, e eventualmente em festivais nacionais e internacionais. Em 2020 teve seu trabalho destacado pela Cahiers du Cinéma, considerada a maior publicação de cinema do mundo, que descreveu sua obra como " Um cinema longe do imaginário ligado às favelas, que inventa sua própria forma, áspera e necessariamente imperfeita, entre intervenção e arquivo visual do bairro".

O cineasta apresenta uma extensa filmografia entre elas, Filme de Domingo (2020), Filme de Aborto (2016), Aluguel: O filme (2015) e Ruim é Ter que Trabalhar (2015).

Os Mediadores

Guilherme Lima de Assis, professor, sound designer e produtor musical. Atua como especialista em som no Bacharelado em Audiovisual do Centro Universitário Senac e também no projeto É Nóis na Fita. Como produtor musical já trabalhou com artistas como DJ Kri, Rappin Hood, Johnny MC, Rinea BV, E-Beilli, Izzy Gordon e WX, principalmente com os estilos hip hop, trap, r&b e samba-rock. Se relaciona com a produção cinematográfica desde 2012, quando compôs a trilha sonora da animação “Entranhas Familiares”, outros exemplos são os trabalhos como sound designer nos filmes “Proverbio 23”, “Robalo” e “Sons do Vale”. Integra desde a primeira edição a equipe de organização e curadoria do Festival Online de Filmes de Inquietação.

 

Júlia Noá, graduanda do curso superior do audiovisual na eca usp, faz parte do corpo editorial da revista Cinética e da produção do Festival Online Filmes de Inquietação. Pesquisa a iconografia de Glauber Rocha em diálogos com as artes plásticas e trabalha com curadoria, crítica, montagem e educação.

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